quinta-feira, 30 de junho de 2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Troca

“…olho-te e toco-te ao de leve… num gesto suave, lento, doce… olho-te e sinto o perfume da tua pele no momento em que nos aproximamos um do outro… olho-te e toco-te de novo… num toque em que se sente o calor da tua face tocar a minha… é o beijo que se torna desejo… olho-te e vejo-te como nunca te houvera visto… e não resisto a colocar um abraço num enlace que espero perdure uma eternidade… naquele momento vivo o momento, mais um dos muitos momentos que se vive entre o anterior e o seguinte… segue-se o toque das mãos que se dão e se movimentam num bailar de vai e vem enquanto os passos se movem em compasso… e os corpos seguem o caminho do instinto… sossegam ao chegar… e de novo te olho num novo e delicioso olhar… e de novo te toco ao de leve num doce e suave acariciar… os corpos ofegantes emitem sinais de alerta para o juntar dos lábios num delicioso sentir de emoções que emergem da alma para a pele… e os sentimentos tornam-se actos… e os actos tornam-se vida de forma sentida em desejo contida no culminar do ser, do sentir, do estar, do amor que se recebe, do amor que se dá numa troca pura de entregas mútuas que se confundem numa só…”

terça-feira, 28 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sedução

"...talvez seja essa tua força, invisível aos olhos humanos, que me seduz... talvez sejam apenas os teus olhos ou até mesmo, como já o tenho dito muitas vezes, a tua boca... talvez seja essa tua fragilidade ou essa tua doçura... talvez a tua ingenuidade ou até mesmo a tua garra... talvez a tua voz ou mesmo até o teu silêncio... talvez o teu tudo ou o teu nada... talvez seja essa tua pose de fazer face à luta ou a tua lágrima sentida... talvez a tua revolta ou até mesmo a tua cedência... talvez apenas o teu toque, o teu cheiro ou o teu beijo... talvez apenas o seres apenas tu e eu ser apenas eu... mas que me seduzes de verdade, não o posso negar..."

domingo, 26 de junho de 2011

sábado, 25 de junho de 2011

Bom fim de semana

"... há um desejo enorme de preencher este espaço que aqui se encontra à minha frente... uma vontade quase sem freio pois não encontro nada que me impeça de o fazer, de preencher este espaço... porém, é preciso encontrar as letras e com estas formar as palavras, palavras que possam dar um sentido à concretização desse mesmo desejo... não olho à minha volta pois o espaço que me rodeia é já demasiado conhecido; conheço todos os cantos como também conheço o espaço que tenho à frente dos meus olhos... baixando um pouco o olhar, vejo (engraçado) quatro dedos: o indicador da mão direita e o polegar da esquerda ao lado dos seus colegas o indicador e o médio; é este que bate nas teclas com a companhia agressiva do indicador direito; os outros encontram-se encolhidos e nada fazem para encurtar esta tarefa; nem sequer se espreguiçam nem tentam obstar as dificuldades do hábito de longos anos de "teclagem"... escrevo sempre e apenas com 2 dedos... é deles que me saem as palavras de dentro de mim... foi com eles que, mais uma vez, preenchi este terrível espaço que estava aqui à minha frente... agora tem letras que formam um pequeno texto que mais não serve do que vir aqui deixar-vos a minha amizade, a minha presença e desejar a todos vós o melhor, no que quer que seja o vosso desejo... e que a luz, a paz e a harmonia vos preencha como estas letras preencheram este espaço que estava em branco... e, um bom fim de semana..."

sexta-feira, 24 de junho de 2011

quinta-feira, 23 de junho de 2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vaguear

“… Agacho-me com facilidade porque as calças de ganga assim o permitem; no entanto, os sapatos estão enterrados na areia mole da última chuva que caiu… estendo a mão e sinto-a fria mas de textura admirável… afago-a e sinto os seus minúsculos grãos passearem-se pela minha mão… é uma sensação agradável mas ao mesmo tempo faz cócegas e sinto necessidade de a retirar… mas não: enterro os dedos na areia fina e rodo-os o mais que posso para sentir já não a finíssima camada mas a dureza da mais dura que existe por debaixo… tiro os dedos e a mão traz um punhado de terra, terra granulada pertença das águas do mar… olho-a bem e permito que os dedos da minha mão se abram e os grãos deslizem… o vento sopra de norte um pouco forte e não consigo visionar a queda daqueles minúsculos pedaços do meu mundo, do mundo em que habito e que está sob os meus pés… o vento então, leva-os para bem longe de mim… mas, ao mesmo tempo que os vejo fugir sorrio porque imagino que para além dali onde estou, aqueles pedaços de nada e de tudo levam um pouco de mim para outro lugar… vagueio, pois, ao sabor do vento e sei que uma parte de mim irá viajar para bem longe; aqueles grãos levam as minhas impressões digitais, o meu cheiro, parte da minha pele, parte do meu ser, daquilo que fica aqui e agora e que, ao mesmo tempo, voa para outro lugar… o prazer de me saber, afinal de contas, presente mesmo fora de mim…”

terça-feira, 21 de junho de 2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

domingo, 19 de junho de 2011

Sentimos

“... és sinónimo de paz, na palavra que me dás... és sinónimo de beleza nesse olhar profundo sem mácula de tristeza... és sinónimo de alegria no toque suave que em mim um teu sorriso cria... és sinónimo de paixão quando disfruto o bater mais forte do meu coração... és sinónimo de harmonia quando me beijas enlaçados em sintonia... és sinónimo de luz quando no escuro da noite teu amor me seduz... és sinónimo de serenidade quando no abraço matamos a saudade... és sinónimo de ternura quando na partida o teu olhar em meus olhos perdura... és sinónimo de puro amor quando nos afagamos com a alma e os corpos sem pudor... és saudável loucura quando sinto a nossa mútua procura e nos afogamos no delirar de um sentir que tudo é tão simples quando sabemos porque é que nos estamos a amar... és tudo o que um simples mortal busca na imortalidade que a qualquer um ofusca no silêncio do grito que amaina a febre do ruído que quebra tudo mesmo que fosse granito... és tudo o que o amor busca no olhar, no toque, no beijo que de momento em momento se reduz ao desejo, trazendo como prenda, tecido em flocos de doce renda, o caminho percorrido como sempre desejado, obtido e que a luz em nossos corações se acenda para num florir matinal ou num anoitecer normal, o doce sabor nos acorde ou nos adormeça em profunda certeza que o dia seguinte mais não será do que um novo fruir do amor que nos envolve e a cada momento nos devolve na mais plena pureza do aceno tão natural como há pouco sobre nós desceu... porque se te sinto minha, sei que me sentes teu...”

sábado, 18 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pedir

“... pedi para ver o invisível e deram-me a cegueira... pedi para ouvir o inaudível e obtive o silêncio... pedi para tactear o nada e consegui o caos do tudo... pedi sempre o que quer que fosse que me viesse à ideia e o retorno era sempre o oposto... a conclusão óbvia era não pedir ou então pedir apenas o real, o vivo, o palpável, o som, a luz, a beleza... nunca tive a certeza se terá sido a melhor opção... mas a verdade é que a partir do momento em que pedi apenas o viável, as coisas se tornavam passíveis de obtenção... pedi amor e tive-te... pedi um beijo e saboreei-te os lábios... pedi um abraço e amornei meu corpo na tua sedosa pele... pedi um toque e tive-te completa... pedi um olhar e consegui a imagem real... pedi um som e ouvi tua voz num doce dizer que me amas... pedi-te presente e tenho-te em mim por completo... pedi uma ternura e senti amor... pedi apenas o que podia obter e nada me foi por ti negado... senti-me preenchido pelas mais pequeninas coisas que de tão pequeninas se tornam no todo tão desejado... pedi para te amar e senti-me amado... que mais te posso eu pedir que já não me tenhas dado?...”

quinta-feira, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Quando sabemos que se ama?

“… há dias escrevi-te dizendo as razões pelas quais te amo… escrevi dizendo, afinal, que te amo porque te amo… mais tarde comecei a pensar se existe um momento a partir do qual se começa a amar e se esse momento existe, como sabemos então que se ama?... disse-te também há tempos que o amor não tem tempo nem espaço pela simples razão de que o Amor apenas, é… vive, subsiste, existe, está… é algo definido, concreto mesmo não sendo físico nem metafísico, o Amor é algo que é… sendo assim, não tendo o Amor tempo nem espaço e sabendo nós que amamos, como se sabe que se ama?... dediquei todo o tempo da minha vida à procura do Amor, na busca constante do meu “Graal”, na demanda do porquê do se ser e do se estar e das razões pelas quais aqui estamos… durante todos esses anos procurei e um dia (não interessa quando porque o Amor não tem tempo nem espaço) descobri que o Amor está (é) em cada um de nós… não é nada que se descubra ou possua ou se encontre… ele, o Amor, está em nós mesmos… se ele está em nós então ele é nosso, de nossa pertença e faremos dele o que bem se quiser… daí que, quando afirmo as razões pelas quais eu te amo, estou ao mesmo tempo a dizer que te amo apenas porque sei que o Amor que está dentro de mim, passa para ti… deixa de ser “meu” e começa a “existir” em ti porque apenas e só, te doo esse Amor, numa entrega sem pedir troca… dando-o, sei que o dou e nesse momento passo a saber que te amo… assim, só existe uma única forma de sabermos se amamos (ou quando é que sabemos que estamos a amar), é sabendo que o Amor que estava em nós foi dado a outrem, entregue simplesmente, como dádiva… e esse Amor pode estar num simples gesto, num olhar, num acenar, num toque, num sentir, não se ser o que éramos e passarmos a ser de outrem… nesse momento, quando nos sentirmos parte do outro, saberemos que estamos a amar… em contrapartida, quando soubermos que fazemos parte de outrem também saberemos que estamos a ser amados… porque apenas e só, o Amor… é...”

terça-feira, 14 de junho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ensaio sobre uma peça inacabada

"...Acabo de chegar de um lugar indeterminado; não o sei localizar; fica algures na minha memória, já um pouco esbatida pelo tempo; gastei muito do meu tempo a lembrar o que não deveria ter sido recordado. Mas o arrependimento não trás nada de novo, apenas revolve o velho e não deixámos de ser o que somos, apenas almas errantes neste mundo de contrastes e de negações. Somos apenas e tão somente os "dejectos" dum mundo imperfeito. Não nos foi dada a possibilidade de esboçar a nossa própria vida e assim temos de nos contentar com os constantes ensaios que fazem de nós, indeterminando a solução final.Perdemo-nos na amálgama do tempo e da insanidade.Já não somos quem queremos ser.Somos apenas o que nos "dão" para ser.Permitem-nos viver de memórias e de factos que de novo se transformam em lembranças.Mas, lembrar para quê? Para sofrer? Para verificar que afinal de contas de nada serviu o esboço que de mim fizeram em constantes ensaios que a nada me levaram? Apenas à negação, só me levaram à negação.Não sei quem sou. Talvez nem queira saber: Não foi para isso que aqui vim; vim a este mundo para ser feliz, disseram-me um dia; e eu, parvo, acreditei.Vivi correndo nesse sentido; esbocei sorrisos e ensaiei risadas. Tropecei, caí mas de novo me levantava. O horizonte estava sempre perto e me bastava estender a mão; a ajuda nunca me era negada; acreditei que o esboço que de mim fizeram em alguma coisa de bom se haveria de tornar, um dia, quando não sabia, mas haveria de me realizar.Engano. Puro engano. Quando dei por mim estava caído, só, perdido, fendido em mil pedaços de mim, dorido de dores que não imaginava existirem.Mesmo assim olhava em frente na expectativa de que o esboço que fizeram de mim, depois de tantos e tantos ensaios, me permitissem olhar e sorrir de novo. Fiz isso muitas vezes. E havia sempre uma mão, ali, expectante, sorrindo para mim (engano). Para que foi que me sorriram? Porque me enganaram? Porque me disseram que sim? Porque razão me arrastei até aqui?Porquê?Que ganhei eu?Derrota após derrota?Claro que ganhei muitas batalhas, claro que sorri muitas vezes, claro que dei gritos de espanto e de prazer, claro que sim, mas, para quê? Para chegar a este fim?Para verificar que tudo o que vivi foi uma dramatização de mais uma história igual a tantas outras histórias de amor e sofrimento?Foi para isso?Foi para isso que me trouxeram até aqui?Foi para verificar que "isso" não existe? E, o que é o "isso"? O "isso" é um sarcástico riso dum engano simples mas preciso; dizem-nos: Vai e sê feliz, foi para isso que aqui vieste. E eu vim, olhando, sorrindo, esboçando e ensaiando o que poderia vir a ser e a ter: um amor, o amor!Amei e fui amado.Quis ficar pela simples razão de ter gostado. Então amei e fui novamente amado e numa infindável sequência de vidas eu percebi que estava a ser traido pelo esboço que fizeram de mim; o ensaio não tinha tido ensaio-geral; o pano subira para a representação da vida e eu não sabia o papel.Destruiram-me, logo ali, logo à partida.Negaram-me a possibilidade de estudar melhor as deixas e as palavras, os tregeitos e a forma de colocar o corpo no palco da vida; o esboço havia sido mal concebido; o ensaio não havia servido de nada.

Não havia ponto.

Não havia nada. No entanto, pensei que havia tudo e de nada me servi a não ser da minha inadaptação ao papel. Fui um mau actor

As lágrimas caiem-me agora e ninguém as vê; só eu as sinto aqui ao meu redor; os olhos se me toldam numa profunda mágoa e a tristeza me invade.

Quis amar e ser amado.

E, sou-o!

Para quê?

Onde é que ele está? Aqui, ao meu lado? Ali, depois daquela esquina? Depois, um pouco mais para além do horizonte? Ou a seguir àquele arco-íris colorido de vida mas que nada mais me traz para além dessas mesmas cores.

Isto não é um grito.

É para dizer que não me contratem mais; não há esboço e ensaio que cheguem para me reconstruirem de novo; a "argamassa" foi totalmente utilizada quando havia um sorriso, quando havia riso e olhos brilhantes.

Já não sei o papel de cor e já não consigo ler.

No entanto, o amor não precisa de esboços nem de ensaios; no entanto, o amor não precisa de saber o papel, nem de ponto, nem de palco; o amor precisa de actor, de alguém que grite que está vivo, que ainda não perdeu a única "coisa" que tem para dar e isso está ainda dentro do meu coração, ainda pulsa e me diz que é, que existe, que sente, que vibra.
Grito, no meio de uma lágrima escorrendo sobre um sorriso, que por muitos esboços e ensaios, eu ainda o sinto e que esse amor (latente, vivo) não acabará nunca, morrerá comigo, levá-lo-ei para onde eu for, será presa de mim mas não estará preso em mim, será livre de ser o que tiver de ser, será o advir..."

domingo, 12 de junho de 2011

sábado, 11 de junho de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Tela

“…gosto de desenhar no meu corpo a pura entrega de quem ama… gosto de desenhar na minha alma a luz dessa verdade… escrever com os meus olhos a leitura da saudade… garatujar nos sons as palavras sussurradas… saborear na boca, nos lábios a doçura do mel do teu beijo desenhado desejo de quem procura o abraço esperado… gosto de desenhar nos teus ouvidos as letras que formam os sentidos… desenhar, por fim, já por sobre o esboço da obra final de quem no auge do encontro sente-se sonho sabendo ser real… pairar na tela do teu corpo e desenhar as cores do amor que num todo se move completo no ser que temos por modelo… e sendo-o, tê-lo, possuí-lo e transformar a obra num plano final que dá ao desenho o toque especial como que uma assinatura sobre a obra acabada… depois, ficar a mirar tudo o que havia sido feito para ter ali, na minha frente, a concretização do sonho e saber que todas as palavras ditas ou as desenhadas ou as escritas houveram sido assimiladas, saboreadas e entendidas como brotadas de dentro do meu ser… gosto de desenhar sim, no teu corpo, o meu eu e no fim ao olhar a tela preenchida em ti soubesse ali ter tudo o que havias querido da presença do meu amor…”

quinta-feira, 9 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Entrega

“…olho-te e toco-te ao de leve… num gesto suave, lento, doce… olho-te e sinto o perfume da tua pele no momento em que nos aproximamos um do outro… olho-te e toco-te de novo… num toque em que se sente o calor da tua face tocar a minha… é o beijo que se torna desejo… olho-te e vejo-te como nunca te houvera visto… e não resisto a colocar um abraço num enlace que espero perdure uma eternidade… naquele momento vivo o momento, mais um dos muitos momentos que se vive entre o anterior e o seguinte… segue-se o toque das mãos que se dão e se movimentam num bailar de vai e vem enquanto os passos se movem em compasso… e os corpos seguem o caminho do instinto… sossegam ao chegar… e de novo te olho num novo e delicioso olhar… e de novo te toco ao de leve num doce e suave acariciar… os corpos ofegantes emitem sinais de alerta para o juntar dos lábios num delicioso sentir de emoções que emergem da alma para a pele… e os sentimentos tornam-se actos… e os actos tornam-se vida de forma sentida em desejo contida no culminar do ser, do sentir, do estar, do amor que se recebe, do amor que se dá numa troca pura de entregas mútuas que se confundem numa só…”

terça-feira, 7 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pedir

“... pedi para ver o invisível e deram-me a cegueira... pedi para ouvir o inaudível e obtive o silêncio... pedi para tactear o nada e consegui o caos do tudo... pedi sempre o que quer que fosse que me viesse à ideia e o retorno era sempre o oposto... a conclusão óbvia era não pedir ou então pedir apenas o real, o vivo, o palpável, o som, a luz, a beleza... nunca tive a certeza se terá sido a melhor opção... mas a verdade é que a partir do momento em que pedi apenas o viável, as coisas se tornavam passíveis de obtenção... pedi amor e tive-te... pedi um beijo e saboreei-te os lábios... pedi um abraço e amornei meu corpo na tua sedosa pele... pedi um toque e tive-te completa... pedi um olhar e consegui a imagem real... pedi um som e ouvi tua voz num doce dizer que me amas... pedi-te presente e tenho-te em mim por completo... pedi uma ternura e senti amor... pedi apenas o que podia obter e nada me foi por ti negado... senti-me preenchido pelas mais pequeninas coisas que de tão pequeninas se tornam no todo tão desejado... pedi para te amar e senti-me amado... que mais te posso eu pedir que já não me tenhas dado?...”

domingo, 5 de junho de 2011

sábado, 4 de junho de 2011

sexta-feira, 3 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O primeiro

"... havia uma necessidade enorme de estar lá... não era somente desejo, era mesmo imperativo, quase mais que obrigatório... mas sentia que as pernas não se moviam e os braços estavam caídos numa postura de desalento... deixei-me ficar assim ainda mais um momento... tentei, então, mais uma vez, caminhar naquela direcção e fiz um esforço enorme para conseguir mover um pé... sabia que nem era necessário ter fé, bastava mover o pé... senti que uma fina dor me percorria a coluna mas nem por isso deixei de tentar... era preciso ir, era preciso caminhar... no fim do caminho estava apenas a meta a atingir mesmo sem saber qual ela era; no entanto, era certo saber que estava no fim da estrada, no meio do arvoredo... olhei em frente, sem frio, sem aquele frio do medo... havia apenas uns braços abertos e um sorriso na face; e uns olhos brilhando... ouvia um som repetido, uma batida ritmada... esse som chamava-me, clamava por algo que eu não sabia ser o que era... num tremendo e último esforço a minha perna avançou e senti que a coluna se fixou... houve uma espécie de tontura mas o esforço valeu a força precisa para fazer avançar o outro pé... nesse momento senti-me cair mas não cheguei a tocar o chão... uns braços fortes enlaçaram-me e elevaram-me no ar... só muitos anos mais tarde vim a saber que aquele tinha sido o meu primeiro passo..."