Hoje demente, fui com a mente cheia
Para a maternidade das palavras.
Dei entrada num quarto vazio de ideias;
Não vi parteiras nem obstetras,
Nem marquesas nem banco de letras;
Somente paredes brancas caiadas há já muito tempo
Limpas de memórias e de histórias.
Deitei-me e acomodei-me o melhor que pude
Na espera expectante do passar das horas;
Posicionei a mente cheia aguardando
O tempo necessário para dali me vir embora
Com algo que tivesse de mim nascido cá para fora.
Peguei nos fórceps e nos bisturis
E cortei a mente em pedaços;
Forcei a palavra a sair
Mas não dei por nada
Nem que de letras estava a parir;
Apenas esperei que o tempo passasse
Ora lento ora fugidio
De ideias ou demências
Parcas em odes, prosa ou poesia…
Mas apenas saiu a desgraça
Desta imensa sensaboria…
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