sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

repetir vezes sem fim

“…sentei-me na minha cadeira de executivo (sim, tenho uma cadeira dessas aqui no canto onde me sento para me deliciar com as palavras que escrevo…) a fim de lançar para este ecrã mais umas quantas letras que formassem um texto (a pretexto de quê, não sei…) como tantos e tantos outros que ao longo da vida fui escrevendo… sim, já escrevo desde os meus 16 anos e desde o meu primeiro escrito até este momento, tudo tentei dizer, incluindo a mim mesmo, o que nem eu sabia que sabia ter cá dentro para o fazer… escrever, dá-me prazer, mas nem sempre sei o que dizer… muitas vezes as coisas que escrevo não fazem sentido no início da escrita mas ela vai-se desenvolvendo e, no fim, quando a fecho com as minhas habituais aspas, olho e fico feliz por ver mais um pouco de nada que faz parte de mim e aqui fica espelhada a alma de onde essas palavras saíram… muitas vezes o que digo não interessa mas não é isso que me move, ou seja, não procuro transmitir mensagens aos outros, sou um pouco mais egoísta e escrevo mais para mim do que para vós que me ledes… porém, não deixa de ser escrita, não deixa de ser algo que sai de mim, uma letra que seja e que tenha de ser dita… às vezes, tento dizer o que não sei e quando sei não consigo dizer… é o tal dilema de quem escreve e não sabe porque o faz… apenas porque lhe apraz… depois, versejo numa prosa despida de gosto porque a rima sai natural e, sem querer fazer mal, tento repetir o irrepetível, ou seja, tento dizer o que nunca foi dito mas, desdita minha, nunca o consigo… parece castigo (sem dor), apenas repito vezes sem fim o que sinto tão-somente dentro de mim… amor!...”

2 comentários:

Pepe Luigi disse...

É pois o amor às causas a nobre causa que nos impele a escrever, para nós, para os outros, para todos, não importa. Importa escrever

abraço

São disse...

Uma escrita fluida, agradável de seguir, a sua.
Fique bem.