sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Adormecendo

“… deixa enroscar-me nos teus braços… coloca tua mão na minha cabeça e enrola os teus dedos nos meus raros cabelos… baixa um pouco a tua fronte e beija a minha boca… deixa enroscar-me no teu colo… sentir a tua maciez e ver de baixo para cima o teu sorriso… ver-te junto a mim e saber-te ali comigo… de tal forma que quando olhas eu sou o teu olhar… de tal forma que quando sorris eu sou os teus lábios… de tal forma que quando me afagas eu sou a tua mão… de tal forma que quando me tocas eu sou o teu corpo… de tal forma que quando me olhas eu sou o teu olhar… deixa pousar o meu cansaço na tua serenidade e sentir a tua paz na minha guerra… baixar as armas e sentir a trégua na tenda que se ergue no deserto da batalha… humedecer as mãos na brisa da água que corre no ribeiro que nos circunda… lavar a cara na frescura do vento que nos embala… sentir que nem tudo é real mas que o sonho nos preenche… sentir que, por vezes, só o desejo chega, só o querer basta, só o pensar nos satisfaz… deixa-me ser não só a realidade mas também o que não somos… deixa-me olhar para dentro de ti e ver-me inteiro… deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele é uma parte do meu eu verdadeiro…”

3 comentários:

Anónimo disse...

Talvez tenham sido as palavras ou, se calhar, foi Beethoven o responsável!...

O mais provável é ter sido pela conjugação de ambos que me recordei de um trecho de um já antiquíssimo poema de JC Ary dos Santos:

«...E depois, quando tudo transforma o amor em ternura, fica apenas a coisa mais séria, a coisa mais pura, que resiste e persiste ao cansaço da carne madura. E perdura!...»

Sandra disse...

Este blog derrete-me...
:)

Isabel Vilaverde disse...

"... deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele é uma parte do meu eu verdadeiro..."

...depois, o que dizer...tudo já foi dito.

Beijinho...