sábado, 27 de novembro de 2010

Par

"... Entro no espaço que ocupo dentro de mim mesmo e tento perceber o que me rodeia para além dele... mas ao entrar dentro de mim fico perdido num labirinto de quereres e de indecisões, uma espécie de querer e de não querer e sinto que esse espaço que ocupo me dilacera a alma ou o que quer que lhe chamem... assim, ao olhar para todo o restante espaço, aquele que me rodeia, eu sinto que mais não sou do que um simples elemento de um todo que somos e do qual faço parte... entendo-me, então, como um facto e não como um desejo, um acto e não um acaso, um ser e não um abstracto... e tudo à minha volta faz sentido porque todo o resto não é mais do que eu mesmo extravazado para além de mim abarcando tudo o que tu és, tudo o que sou, tudo o que somos... e sinto, dessa forma, que o amor que existe entre nós não é um factor isolado mas um acto perfeito do que somos num só ser fundidos no acto de amar... e deixo-me ficar aí; e deixo-me ficar dentro de mim sabendo-me em ti ou deixo-me ficar em ti sabendo-me em mim e nesse mistério tão simples fica o Par, finalidade última do Amor..."

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