quarta-feira, 27 de abril de 2011

A partida do meu amigo

"...o Black tinha 16 anos... era um espírito livre... nunca teve uma coleira nem uma trela... nunca esteve preso numa casota ou fechado dentro de casa... a rua era o seu reino... era metade meu e metade do Dr. João, o Veterinário... eu dava-lhe alimento e estadia e o médico tratava dele, das vacinas, etc... o Black era o "ser" mais conhecido desta minha terra, deste meu canto... toda a gente o conhecia e ele conhecia toda agente... nunca fez mal a ninguém e sorria... sabia sorrir aquele meu amigo... tinha o hábito de correr atrás dos carros e a mania de se deitar no meio da rua... fazia os carros pararem ou abrandarem para poderem passar... mas já toda a gente sabia que era assim... teve alguns atropelamentos... um dia ficou sem o olhito esquerdo (mas essa história fabulosa de inteligência animal eu já contei) e teve de ser operado... outra vez teve de ser operado ao intestino... desta vez, o último atropelamento não o poupou... um traumatismo dorsal na coluna terminou com a sua força de se manter "vivo" e apesar de todas as tentativas de o tratarem, o meu amigo teve de partir... sei que partiu no tempo Pascal mas não quero saber o dia... quero recordar apenas os passeios que ele dava a meu lado... se eu ía ao Banco ele ía comigo e entrava... se eu ía aos ctt ele ía comigo e entrava lá e em muitos outros locais... as pessoas sabiam quem ele era... todos os dias ele subia a rua e ía à Clínica Veterinária visitar os seus amigos... como eu costumava dizer, era o meu guarda-costas apesar de não ter porte nem ser de raça para tal... era apenas um animal feliz, amigo de todos... meu companheiro diário dos passeios que eu fazia para esticar as pernas... caminhava ao meu lado ou um pouco à frente pois já sabia o itinerário... partiu... voou finalmente no último voo da liberdade... aquilo que ele mais prezava na vida: ser livre!... E foi-o... adeus companheiro!..."

6 comentários:

Anónimo disse...

É Joaquim... sei bem como é a perda de um grande amigo.. pois o mesmo aconteceu nesta semana comigo, um de meus anjinhos de quatro patas se foi.. e sei como a gente fica ao perder quem sempre esteve ao nosso lado dando tantas alegrias e amor incondicional..
Um beijo em seu coração..
Verinha

Isabel Vilaverde disse...

Quim,

Um beijinho de solidariedade pela mágoa que sentiste ao perderes um companheiro, um verdadeiro amigo!

O Black viverá enquanto o recordares...

PS: Fiquei triste por o saber :((

Leonor Lourenço disse...

Tenho um gato, que não são tão "companheirões" mas imaginar a sua partida logo me entristece. Quem ama os animais curia com eles vínculos que não têm lugar para se enquadrarem, não é como família, mas quase. Há um espaço no nosso coração para a saudade desses amigos especiais.
Abraço QUim

George Sand disse...

Passe pela União Zoolófila...eu sei que nenhum dos amiguinhos que lá estão pode substituir mas é capaz de se surprender. Ou quem sabe, de ser surpreendido...

George Sand disse...

Sem perder de vista que cada animal é único. E únicas as suas recordações, experimente passar pela União Zoolófila. Pode ser que se surpreenda. Ou melhor ainda, que se deixe surpreender...

Adriana M. disse...

Olá encantada com o seu blog! Parabéns pelo o espaço diversificado ! Sinto muito pela a perda do animalzinho :( Eu tbm perdi uma companheirinha de 10 anos, com cancer.. jamais me recuperarei e sinto na alma a ausência dela.. como dói!