sexta-feira, 12 de agosto de 2005

agradecer

"... obrigado pelas vossas visitas ao meu "covil"... eu sei que estou em falta... sou um perfeito "malandro" que não cumpre com as suas obrigações de boa educação para retribuir os mimos que me dão; mas nem tudo é como queremos que as coisas sejam; a vida é um mar encapelado de muitas coisas e há sempre, a todo o momento, que fazer escolhas, que tomar opções... às vezes, não ir onde devemos ir é uma opção como pode ser uma opção ir onde não devemos... bem, depois é sentirmos a pergunta bailar no nosso espírito: "será que fiz bem, será que fiz mal?"... é para não ter de fazer essa pergunta a mim mesmo que eu não "cumpro regras" e deixo-me guiar pelo meu instinto, pelo meu repentismo, pela lucidez da loucura e então apenas faço o que, no momento, sinto "precisão" de fazer... muitas vezes o não fazer uma certa coisa é estar a fazê-la de outro ponto de vista... por isso, desculpem-me, não aparecer as vezes que eu desejaria aparecer mas nem sempre o caminho que percorro passa pelas estações com paragem; então, não posso descer em todas e falho algumas; perco momentos e ganho outros... é o equilíbrio da minha vida num mar ondulado de forças e vontades que não controlo… mas estar aqui é saber-vos aqui e isso me basta… o meu obrigado, mais uma vez…”

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

crocodilo


...na minha praia, este "crocodilo" rochoso, olha o mar profundo...

quarta-feira, 10 de agosto de 2005

pureza

"...hoje a chuva miúda, uma chuvinha tímida, bela, começou a cair à minha volta... corri para ela e abracei-a com sofreguidão... olhei-a bem fundo nos seus olhos e mirei-a de alto a baixo... era ela, gota a gota, suave, fria e quente ao mesmo tempo... despi-me de preconceitos e entreguei-me completo e nú ao seu abraço... senti seu suave toque nos meus lábios primeiro, depois na face, nos cabelos, nos braços, no tronco, nas pernas... apertei com suavidade aquele enlace entre a minha alma e a natureza... gotas de chuva... suaves, simples e com alguma pureza..."

terça-feira, 9 de agosto de 2005

at this high noon


...a beautiful white cross over my head...

segunda-feira, 8 de agosto de 2005

incentivo

"...Li apenas hoje estas tuas palavras. Sobre o teu livro, aplaudo de pé pois também eu tenho um, meu, a meio caminho de pronto. Sinto urgência em fazê-lo nascer, a mesma urgência que sinto em ti, em relação ao teu; somos nós, é a nossa história a nossa vida. Ao ler-te hoje, tinha de escrever, tinha de dizer-te que, tudo na nossa vida valeu e vale a pena, mesmo o que nos fez sofrer e chorar, mesmo o que, por instantes, nos possa ter feito odiar alguém ou deixar de acreditar no amor e na confiança que depositávamos nos outros. A vida, e o dom maravilhoso que todos possuímos de a fazer brotar, são as coisas mais maravilhosas do mundo; há uns dias atrás escrevi aqui, que havia recuperado a minha paz e a minha felicidade. É verdade, e isso aconteceu porque, sarei dentro de mim todas as dores, todas as feridas que ainda sangravam e perdoei - a todos sem excepção - deixei de lamentar o que não aconteceu, acreditando que tudo na nossa vida acontece, apenas quando tem de acontecer; nada é ao acaso, tudo tem uma explicação, tudo é maravilhosamente coordenado por esse maestro fantástico que rege o universo. Aplaudo a tua decisão e estou contigo sem nunca na realidade ter estado; assim estava escrito que seria mas, nas linhas dos astros está escrito também, que a minha alma será sempre companheira da tua nos ideais, nas verdades e nas crenças. Os nossos uivos serão eternos lobito, e estarão sempre juntos no universo.As minhas mãos estarão em prece prontas a receber esse livro, essa história de vida que só os teus dedos saberão escrever..."
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(from a comment in my July 28.th post)

sábado, 6 de agosto de 2005

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

hoje


...o fogo do Sol "apagado" pelas núvens do fogo da Terra..."

terça-feira, 2 de agosto de 2005

zeca

...farias hoje 76... melhor, fazes hoje 76 pois estás "vivo" em nós...
...
Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem-vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

póstumo

"...como sabem, decidira fazer um intervalo nas minhas andanças pelo meu blog e pelo dos outros por razões então apontadas; por outro lado, porém, também disse que não abandonaria este meu livro de retalhos; e aqui venho eu mas pelas piores razões: lembrar a "partida de vez" de uma Amiga Bloguista que nunca conheci, Fátima de nome, 46 de vida... Esta rosa é para ela, a "nossa" amiga Circe (e que a luz e a paz sejam tuas eternas companheiras)..."
.

quinta-feira, 28 de julho de 2005

intervalo

"...cheguei à conclusão que tenho necessidade de fazer uma pequena pausa... uma leve paragem no caminho... apenas como quem pára numa estação de serviço de uma auto estrada para relaxar os membros e encher o peito de ar... uma espécie de lufada de ar fresco para o interior de mim mesmo... uma espécie de reflexão... não, não me vou candidatar à presidência; não é esse tipo de reflexão, é mais uma necessidade quase física de parar por uns tempos... pode ser um dia, uns dias, não sei ainda... mas preciso parar... fixei há tempos atrás um projecto meu para este ano que está a decorrer: iniciar o meu livro... e, hoje, tomei essa decisão, a de começar a elaborar o projecto, a dar-lhe a forma... vai ser uma tarefa árdua pois tratar-se-á de uma auto biografia e isso não é nada fácil de fazer... os "protagonistas" são reais e não inventados e isso é algo que não pode ser delineado levianamente... vou, pois, conceder a mim mesmo um pequeno intervalo para reflectir... no entanto, não vos abandonarei nem tão pouco abandonarei este meu pequeno livro de retalhos..."

quarta-feira, 27 de julho de 2005

momentos

"...serei o teu relógio... dizia-te eu , há pouco... o relógio da tua alma e do teu próprio corpo... o relógio do teu sabor e do meu sentir... do meu riso... da minha voz... incendiando os teus desejos... serei o teu relógio... dizia-te eu, há pouco... o relógio da fruição sonora ecoando dentro de ti... não te fazendo esperar como os minutos desta hora deste relógio que há em mim... ecoando em ti... numa ânsia de libertação de desejos apaixonados... numa líbido mental em constante crescendo... serei o teu relógio... dizia-te eu, há pouco... o relógio das horas alucinadas e felizes dos encontros esperados e desesperados... duma espera na ânsia de que o relógio pare... e os nossos corpos se encontrem num momento eterno de paixão... dizia-te eu, há pouco..."

terça-feira, 26 de julho de 2005

döner


...aconselho vivamente este petisco da cozinha turca...

segunda-feira, 25 de julho de 2005

renascer

___"...Porque é que eu hei-de negar?... Porque é que eu hei-de fugir?... Se acordo de um longo sono de inverno... Renasço e aprendo a ser e a olhar..."

domingo, 24 de julho de 2005

biarritz


...Portugal tem praias muito mais bonitas do que esta...

sábado, 23 de julho de 2005

vivo


"...Prostitui-me no teu doce corpo
Sedento de beijos suaves

De prazer impuro
Sexo, sede, fome, amor duro
No âmago da carne
Num espírito de fogo ardente
Lento e rápido
Forte e demente
Explodindo tudo
Numa implosão desmedida…
Diz-me tu, oh musa divina
Se fique, se me quede,
Se me vá de partida
Diz-me tu, oh musa divina
Se agarre, se me abandone
Se vá vivo em tua vida…"

sexta-feira, 22 de julho de 2005

space


...mais um belo pormenor de Bordéus; espaços abertos...

quinta-feira, 21 de julho de 2005

origem

"...Veio de ti e do Universo inteiro esta força imensa que hoje brilha dentro de mim imparável e pura, doce, chama-lhe vontade, criatividade, harmonia... talvez, Amor..."

quarta-feira, 20 de julho de 2005

piscina


...com o calor que está a fazer-se sentir, só mesmo assim...

terça-feira, 19 de julho de 2005

amor de lobos

"...seriam cerca das 3 da madrugada quando na esquina da velha igreja daquela velha aldeia lá muito ao norte, quase a perder de vista a sua própria existência, se juntaram em silêncio 4 esbeltas mulheres de longos cabelos à solta, todas elas vestidas de branco... um branco alvo, como vestidas de noivas, sem véus nem grinaldas mas de branco... sentia-se um vento meio gélido naquele campo verde que se estendia para além das traseiras daquela velha igreja daquela velha aldeia... mas não se notou qualquer tremor de frio em nenhuma daquelas 4 esbeltas mulheres... a cor dos seus corpos roçava a cor do leite que, momentos antes haviam bebido dum mesmo canado... seus olhos negros, profundos, brilhavam quando os raios do luar daquela lua cheia lhes batiam nas faces em todo o seu fulgor... era uma lua grande, de prata, brilhando num brilho baço mas ao mesmo tempo ofuscante... deram-se as mãos umas às outras e continuaram o seu caminho... para trás ficava tão-somente um cheiro a flores... seus pés estavam nus e pareciam caminhar por sobre a erva daninha daquele campo verde... lá ao longe, um pouco mais para cima, divisava-se um morro e no cimo desse morro uma frondosa árvore, erguia os seus ramos numa espécie de posicionamento de espera e de aceitação... como que esperando por elas e pronta a abraçá-las... o silêncio era total e entre elas não se ouvia um único som... quem as visse de longe para cá daquela velha igreja daquela velha aldeia, pensaria que as 4 visões voavam ou pelo menos deslizavam... cada uma das que ficavam na ponta levava um cesto de verga coberto por pano branco de linho feito... e eis que chegaram aos pés da árvore... pousaram os 2 cestos de verga no chão e deram-se as mãos num círculo que abraçou o tronco da árvore frondosa e num misto de magia a árvore como que se baixou sobre elas como que as cobrindo num acto fálico enquanto as suas folhas roçavam os seus corpos... dos cestos, depois de terem desfeito o círculo, tiraram algo que não era visível aos olhos dos outros seres humanos e que não era possível descrever... entretanto, algures, num outro ponto daquela aldeia, deitado numa cama de doces sonhos, um homem alto, bem constituído fisicamente, com o corpo nu coberto de pelos negros, dormia e via-se que estava possuído por algum sonho de lascívio prazer, pois notava-se através da roupa da cama que o cobria que o seu sexo estava excitado e algumas gotas de suor lhe cobriam o peito forte... repentinamente, num passe de feitiço, esse "sonho" transportou-o para os pés daquela árvore frondosa onde se encontravam as 4 mulheres lindas vestidas de branco... ele olhou para ele mesmo e viu-se nu, tal como viera ao mundo e ao ver aquelas mulheres instintivamente levou as mãos numa tentativa de tapar o seu sexo erecto... a partir desse momento aquele homem entrou num espanto e seus olhos não queriam crer naquilo que estavam a ver... elas se começaram a despir e apenas tinham aquele vestido branco sobre as suas peles acetinadas cor de leite... e ele olhava... elas começaram a sorrir e os seus sorrisos eram como um convite ao sonho... daqueles cestos retiraram uns frascos que continham vários fluidos e começaram a untar os seus corpos... e ele olhava e começava a compreender o que via... elas o fizeram ver... uma se untava de mel, uma outra de untava de leite puro de ovelha uma outra de água salgada do mar e a outra de um creme que cheirava a jasmim... e ele não resistiu e o sexo se tornou novamente erecto e o seu corpo parou de tremer... aqueles corpos untados cintilavam quando os raios da lua cheia lhes batia na pele e elas continuaram com o ritual... todo o seu corpo foi untado incluindo os seios, o pescoço, as pernas,... apenas os cabelos soltos ficaram secos... então, elas se aproximaram daquele homem e se roçaram por ele de tal forma que o corpo dele ficou totalmente embebido daquela mistura de fluidos...apenas as mãos dele ficaram secas... e num acto quase que instintivo elas se deitaram no chão sobre os vestidos brancos que faziam de leito, o leito do Amor, o leito da procura do Amor, o leito da descoberta do Amor... e ele se misturou com elas e começou a possuí-las, uma a uma, e também numa mistura arbitrária de escolha... o seu corpo confundia-se agora com o corpo delas e já não existiam 4 mulheres ali... apenas existia uma única mulher onde ele se fundia numa escolha impossível... os ventres juntavam-se e os costados também... ele as tomou por detrás agarrando-se aos cabelos delas com as suas mãos possantes e puxava as cabeças delas num misto de prazer e dor, de agonia e êxtase, como se tudo se pudesse perder num só instante, numa avidez de gozo indescritível ... de repente ele sentiu os diversos odores que o cercavam e aos poucos foi deixando uma a uma até que ficou olhando aquela que cheirava a mar... e, nesse momento, algo de mágico se passou: um raio de luar atingiu-o e ele numa nova forma de sentir, viu lentamente o seu corpo transformar-se em lobo, um corpo coberto de pelo sedoso negro e brilhante ao mesmo tempo que a mulher que cheirava a mar se posicionava como fêmea do lobo... e ele a agarrou pelos cabelos puxando a sua cabeça para o seu peito e com firmeza a penetrou fundo num acto de posse total, num acto de prazer inimaginável onde a fusão foi possível tão-somente por magia... o seu corpo ofegou e o instinto animal veio ao de cima e, no mesmo momento em que lambia todo aquele mar, ele, num último uivo lancinante de prazer, espalhou sobre ela todo o fruto do seu Amor... então os corpos se misturaram e apenas se divisava um casal de lobos fazendo Amor... os seus corpos não conseguiam parar e num espasmo final ela se transformou em maresia, como que alva espuma misturada com o fluído dele... então, naquele silêncio de corpos se amando, um último uivo, não o dele mas o dela, se fez ouvir por aquela encosta abaixo, no preciso momento em que os primeiros raios de sol começavam ao longe, bem perto daquela velha igreja daquela velha aldeia, a despontar... nesse momento, o homem acordou de repente na sua cama e olhou e viu: uma mulher linda, vestida de branco, dormia profundamente ao seu lado..."

segunda-feira, 18 de julho de 2005

centro


...este era o "sol" no centro da mesa durante o jantar do passado Sábado; porém, foram as pessoas que lá estiveram, as tais pessoas bonitas (como eu lhes costumo chamar) que iluminaram o encontro e deram ao mesmo aquilo a que já nos começámos a habituar, o sentido da pura e simples amizade que vai para além deste tremendo mundo virtual...

domingo, 17 de julho de 2005

descanso

... aproveitei o belo jantar de ontem em Carnaxide para ficar este Domingo na capital... foi um óptimo Domingo (e, sinceramente, não tenho nada mais para acrescentar ao que acabei de dizer... mainada!...)...

sábado, 16 de julho de 2005

jantar de bloguistas


...já ía a meio, este delicioso prato de carne de porco assado com castanhas, quando me lembrei de o fixar antes de entrar nas minhas entranhas... foi mais um encontro óptimo de óptimos amigos e amigas... foi mais um convívio de 41 pessoas, reunidas no Restaurante O Alfredo, em Carnaxide... uma deliciosa organização do Fernando do Fraternidades... mais um abraço daqui de mim para ele e para todos os demais... venha o próximo que já apetece...

sexta-feira, 15 de julho de 2005

recordar


...Bordéus, uma das cidades mais bonitas que conheci...

quinta-feira, 14 de julho de 2005

sentido

"...brincando com o tempo, esse tempo sem tempo nem idade, apenas com uma imensa vontade de viver e sentir que o amor ainda é, na realidade, a única razão de existir!... E... esse outro lado que tanta falta nos faz, esse mesmo, o do amor (o único lado que dá sentido), está à nossa volta, no que nos rodeia...na vida que nos envolve e também um pouco no que está dentro de nós..."

quarta-feira, 13 de julho de 2005

um outro olhar


...sobre Tomar para além de, através de mais uma simples janela...

terça-feira, 12 de julho de 2005

adágio

Oh lógica da beleza...
Oh verdade infinita
Criança cristalina
Soluçando nos meus ouvidos
Como soluços doces e divinos....
Oh bela e pura melodia
Que por entre a fragrância do ritmo
Te revejo no infinito
Do meu ser interior
De sonhos perdidos
Em sonhos de amor...
Oh lógica bendita
De som belo e de cor azul...

Tão bonita!...

segunda-feira, 11 de julho de 2005

profundo


...olhando pelo vidro de mais uma janela todo o fundo do meu mundo...

domingo, 10 de julho de 2005

tempos

…tempos que passam por nós ou nós que passamos pelo tempo
…tempos em que não se aprende e tempos em que se aprende
…tempos em que não se cresce e tempos em que crescemos
…tempos que se quer esquecer e tempos que não esquecem
...tempos que se procuram e tempos que tardam em chegar
...tempos que se auguram e tempos que desejamos segurar
...tempos que se olham com fé e tempos que com fé se agarram
...tempos que se esperam sejam tempos para não mais esperar

sábado, 9 de julho de 2005

tonalidade


...azul suave, apenas azul suave, tonalidade leve da claridade...

sexta-feira, 8 de julho de 2005

rigidez

“... sou como quem não existe na realidade, como o sonho de um caminhante intranquilo... assumo a rigidez da estrada lisa, a força da ausência de obstáculos... os escolhos bem arrumados no chão da apetecida erva húmida... um caminho fresco no deserto escaldante, um instante deslocado no tempo, numa estrada que mantém impressa cada passo dado sem nunca ter tentado impor-lhes uma paragem mais permanente... estrada onde se pernoita protegido da tempestade, estrada aqui e ali asfaltada pela dor de alguns passos ausentes… mas… transportando sempre a intranquilidade que me enche de torpor e de cansaço…”
.
(autoria desconhecida)

quinta-feira, 7 de julho de 2005

janelas


...que nos permitem olhar o exterior "from our inside"...

quarta-feira, 6 de julho de 2005

silêncio

"...Há um silêncio absoluto aqui até mesmo dentro de mim... Estou só, acompanhado apenas da minha solidão; por isso, não estou sozinho; estou acompanhado, logo não estou só... Estranho...
O silêncio penetra dentro de mim sem pedir licença; também não sou capaz de lhe impedir a entrada; ele é tão livre quanto eu e eu, possuidor dessa liberdade, deixo-o entrar e sinto que a excitação que ele me provoca é sinal de prazer... Um prazer proveniente da paz que ele, o silêncio, alberga... Com ele, vem apenas o som da deslocação do ar quando ele chega sem avisar... É que, de repente, só (estando só) o sinto quando ouço o silêncio da sua chegada... Senta-se aqui ao meu lado e vejo perfeitamente que ele me olha de soslaio; mas não lhe ligo importância; quem se julga ele? Alguém de muito especial? Devo-lhe alguma deferência?... Não... Não lhe franqueio sempre a entrada? Então, que mais ele quer? Que lhe dirija a palavra? Não! Mil vezes não! Se o deixo penetrar-me é porque assim o desejo e o quero, em silêncio, em paz, ouvindo-o sem o ouvir; sabendo apenas que ele está aqui... A solidão, por seu lado, essa não se importa muito pela presença dele; já está habituada... Olha-o com desdém como se ele, o calado silêncio, fosse ninguém... Sabe muito bem que ele não me faz mossa; sabe perfeitamente que ela, a solidão, é que é a minha amante preferida, hoje cinzenta (pode ser) mas amanhã, quem sabe, se colorida... É apenas a paz que me traz sereno e me faz sentir o seu frio ameno; é que o silêncio tem temperatura, ora é doce e quente, ora azedo e frio; mas já reparei imensas vezes que quando é azedo se sente um frio ameno; não enregela nem me estremece o corpo; amorna-me a alma e deixo-me ficar na mordomia da sua presença... É tudo apenas um estado de solidão a sós com o silêncio que me faz companhia... Por isso, não esfria... Deixa-me estar como quero... E ele se queda também e fica... Não incomoda... Sabe que a qualquer momento que eu queira, o mando embora; sabe que um grito forte pode, num ápice, cortar o ar que ele deslocou ao chegar... Ele sabe isso e por isso não se preocupa comigo... Mantém apenas um vago olhar... Como quem não sabe se parta ou se deve ficar... Depende apenas e só do meu grito; se este, o grito, do meu peito sair com força, com ânimo, com desejo de ser quem sou e não quem quero parecer ser... O problema com que me debato é saber o que sou ou mesmo até quem sou... Serei eu próprio o silêncio?..."

terça-feira, 5 de julho de 2005

luminosidade


...where I was going from the shadow to the light...

segunda-feira, 4 de julho de 2005

alegrias

"...às vezes são coisas tão pequenas, tão sem importância, tão vagas mas que nos dão uma idéia do que é o sentirmo-nos bem por sabermos o bem que o outro ao nosso lado sente... às vezes é apenas uma sonora gargalhada que nos contagia e que nos faz gargalhar também... outras vezes é ver o outro saltar e sentir que também nos apetece saltar... outras vezes ainda é o tom de voz que nos indica o estado de alma do outro de onde ela provém... são pequenas coisas, tão pequenas coisas mas que nos fazem felizes... hoje fiquei muito feliz porque ouvi a felicidade na voz de outro alguém que me contava algo que lhe era bom, lhe era agradável... e assim, fiquei, mais uma vez, a saber que afinal a felicidade dos outros pode ser (ou é mesmo) a nossa própria felicidade... sentirmo-nos bem por sabermos que alguém está feliz... lá está, aqui, o tal outro lado do amor..."

domingo, 3 de julho de 2005

sinuosas


...são as curvas do meu rio como a serpente que se insinua...

sábado, 2 de julho de 2005

usufruir

"...não sabem o que é bom desfrutar do silêncio que o odor das rosas me traz; o cheiro que o chilrear dos pardais me envolve; a luminosidade da manhã de prata nas frestas desta porta a sul virada numa perfeita conjugação com o Todo... olhar o azul claro e brilhante que nos cobre e sentir que aqui, cá em baixo, nos vamos debatendo numa quezília constante quando afinal de contas basta olhar ali o meu gato estirado ao sol (e quando não está sol e faz chuva ou vento, basta olhá-lo enroscado sobre si mesmo aquecendo-se com o seu próprio calor)... sentir que na ponta dos meus dedos estão estas palavras que vos escrevo com carinho sabendo que alguém as irá ler... ver que o meu mundo que está lá fora também está aqui dentro ao vosso lado sem vos ver nem ouvir, tendo apenas a consciência que estais aí... saber que basta querer estar para se estar bem mesmo que não se esteja bem; basta sorrir (tantas vezes nos esquecemos que quando chorámos e as lágrimas nos escorrem pela face, os lábios podem entreabrir-se num terno sorriso)... se todos sorrissem um pouco, uma vez por dia... se todos se dessem as mãos, mesmo virtuais, uma vez por dia... se todos dissessem àquele ou àquela que está ao lado "amo-te" nem que fosse uma vez por dia... se todos escolhessem o amor uma vez por dia... se, se... todos iriam sentir, uma vez por dia, a felicidade que há dentro de cada um de nós... um bom fim-de-semana para todos vós..."

sexta-feira, 1 de julho de 2005

relíquia


...quem se lembra?... A juventude de hoje fala em "bombar"... Eu ainda me lembro de "dar à bomba" naquelas maquinetas primitivas de aquecer a sopa ao lado do fogão de lenha da minha avó... uma relíquia que faz parte da decoração do Restaurante Tromba Rija onde estivemos no passado Sábado...

quinta-feira, 30 de junho de 2005

perfeição sem pontuação


.
Possuo o teu corpo apenas à flor da minha pele
Olhando teus olhos com a posse do meu sonho
Inspirando teu aroma de suave sabor a sal
Toco-te ao de leve apenas ouvindo teu sussurro
Não sinto a textura apesar de estares tão perto
Mas minha pele devagarinho e ao de leve te recebe
E teus olhos vibram na escuridão da minha ausência
Nada te peço a não ser que não me leves a mal
Que sinto desejos de ti e do teu corpo me orgulho
Mas já não sei se sinta o que não se percebe
Se a presença de ti em mim ou da tua aquiescência
Não sobeja o que não existe na mente demente
De um querer imenso de te ver e saber ser
Em ti presença autêntica essência deste querer
Palavras revoltas soltas debruadas a solidão
E em sentidos desejos deste tão amargo coração
Que a si mesmo se fere na espera do encontro
Para num abraço sentido que tarda em chegar
Poder saborear os aromas do teu próprio desejar

quarta-feira, 29 de junho de 2005

olhar


...sereno na paisagem calma numa pausa para um encontro com a paz...

terça-feira, 28 de junho de 2005

credo

"...creio numa só vida, num só ser, numa só entidade... num todo composto pelas partes em que cada parte tem o todo... creio na memória do futuro nos génes do passado que carregamos neste presente... creio na vida para além da morte porque esta é apenas física e o eu não é físico mas sim não físico... creio na existência de uma consciência colectiva única, perfeita e completada em si mesma pelo conjunto de todas as outras... creio no amor como sentimento redentor que nos ajuda a enfrentar a dor de aqui estarmos... creio que mais não somos que o objecto de uma missão a cumprir com um objectivo concreto... creio na firmeza de carácter do ser humano se ele se conseguir sublimar em si mesmo e souber quem é e o que faz aqui... creio que a missão não é fácil porque se trata de uma caminhada na aprendizagem... creio que temos apenas um dever: o de caminharmos sempre em frente, sem olhar para trás, sem culpas nem arrependimentos... creio na paz que a serenidade me concede mesmo que a luta se trave continuamente... creio que nos resta apenas uma forma de o conseguirmos: amarmos quem quer que seja, o que quer que seja porque nada mais somos do que pequenas partículas de uma única Entidade: o Universo!..."

segunda-feira, 27 de junho de 2005

rabelos


...como eles me encantam ao som dos suaves ventos que se levantam...

domingo, 26 de junho de 2005

sem palavras

"...quando não encontrámos as palavras, vamos à procura das imagens, de sons, de cheiros, de sabores, de texturas, de gestos, de muita outra coisa que os nossos sentidos nos dão, nos permitem saber coisas sobre as coisas... depois, queremos colocar em palavras escritas as coisas que as coisas nos "disseram" através dos nossos sensores físicos, mentais e quem sabe se não também espirituais... mas, nem sempre encontrámos as palavras certas... e ficámos, como se costuma dizer, de mãos a abanar, neste caso de dedos sem teclar... mas, a verdade é que estou a transmitir por palavras exactamente o que não consigo dizer, logo, estou a escrever e a colocar neste pedaço de espaço-tempo o que não sei descrever... faço-o sem saber como mas sinto prazer... o gosto de dizer que queria dizer e não sei como dizer o que quisera talvez escrever... fico, no mínimo, a saber que haveria sempre algo para ser dito mas que, não o tendo sido, o pedaço de espaço-tempo não ficou vazio; afinal de contas, algo foi escrito..."

sábado, 25 de junho de 2005

almoço de bloguistas


...foi olhando este casario do meu velho e amado Porto, à beira rio plantado que, hoje no Restaurante Tromba Rija no cais de Gaia, se realizou mais um almoço num encontro de amigos...

sexta-feira, 24 de junho de 2005

Wird (destino)

...culturas...leituras...runas...existem 25...
...esta é a 25ª, a única Runa branca
...a que não possui nela qualquer figura...
...significa:
.
"...que está em analogia com Oddin que é o pai e o deus dos deuses da mitologia germano-escandinava; esta Runa interpreta-se mais de um ponto de vista espiritual do que material. No entanto, concretamente, salienta a necessidade de aceitar o próprio destino, de abandonar-se ao mesmo, também de acreditar nele para poder exercer o seu livre arbítrio. Corresponde ao que todos os grandes místicos de todas as religiões do mundo designam como “renúncia”. Quando aparece num lance, dá o seguinte conselho: o de parar de querer intervir sistematicamente nos acontecimentos e nas circunstâncias na nossa vida; por outras palavras, recomenda que esperemos pelo melhor momento antes de agir e reagir oportunamente. Inquire também das grandes perguntas que todos fazemos: Quem sou?, Vou triunfar ou fracassar?, Que decisão devo tomar?, O que devo escolher?... Ela não responde a estas perguntas, mas incita-nos a reflectir mais serenamente, lembrando-nos que todas as respostas estão em nós..."

quinta-feira, 23 de junho de 2005

praia


...o meu primeiro banho de mar foi aqui há mais de meio século...

quarta-feira, 22 de junho de 2005

carpinus betulus

Dizem que todos os seres são "regidos" por uma árvore; a minha é a Carpa (carpinus betulus); e diz que sou assim:
"...o nativo da Carpa é encantador!... Adora agradar e está quase sempre dependente do seu aspecto e dos olhares dos outros. Sociável, até mesmo mundano, nunca recusa uma ocasião para se destacar... Porém tem muito apego à compostura. Imaginativo, de um espírito crítico agudo e um gosto pronunciado pela polémica. Não discuta com ele, já que, mesmo que esteja no seu direito e tenha razão, acabará com a sensação de não a ter. É realista, organizado e metódico! De natureza profundamente generosa e entregue, não hesitará em defender as causas dos outros, sobretudo se estas servirem a sua!... No amor, curiosamente, é muito distante e quase nunca exprime os seus sentimentos. Diz-se curiosamente e deve-se sublinhar já que precisa de exteriorizar as suas energias, que é sociável e que nunca recusa uma oportunidade para se destacar. Então porquê a reserva? Porque, para ele, o amor é um assunto sério e grave. A partir do momento que se sinta prestes a perder as suas armas, repõe-se imediatamente, tendo em conta os prós e os contras, para, finalmente, resignar-se a fazer o que lhe dita o dever; e o seu dever consiste em perder a razão para a dar a outrém!..."

terça-feira, 21 de junho de 2005

solstício de verão


...ele aí está, o dia mais longo do ano; que nos traga coisas boas...

segunda-feira, 20 de junho de 2005

pedir

"...o mais difícil é permanecer e mudar ao mesmo tempo… ser e aceitar não ser… penso que sim… o mais difícil é mudar permanecendo o mesmo e aceitar ser aquilo que não se é… ou outra alusão idêntica… penso que cheguei a um ponto da minha vida em que tenho de deixar de ser aquilo que sou, mudando definitivamente... penso que cheguei a um ponto da minha vida em que tenho de pedir “coisas” à vida, não tendo o medo ancestral de obter um não como resposta... penso que cheguei a um ponto da minha vida em que tenho de ser e aceitar não ser, num permanecer mudando… espero conseguir..."

domingo, 19 de junho de 2005

relaxar


...um lugar para passar uns tempos livres no mais puro relax...

sábado, 18 de junho de 2005

palavra

"...era apenas uma palavra aquela que ouvi de tua boca; não tinha som, não tinha letras nem soava bem nem mal mas ouvir era bom... que estranha sensação se tem em ouvir o que não é dito nem houvera sido prescrito para ser ouvido como algo suave ou como um grito... era apenas uma palavra aquela que ouvi de tua boca; lenta, pausada, correndo forte contra a corrente; base de tudo, suporte de nada e ao mesmo tempo no topo do mundo e apontando o meu norte... era apenas uma palavra aquela que ouvi de tua boca; forte, doce, grave, lenta, poderosa, suave... não tinha letras nem formava sentido, apenas era e não tinha fugido... ficara... ali, no meu ouvido... guardei-a na alma e fechei-a no meu coração... era apenas uma palavra dita com emoção... era apenas uma palavra sem sabor mas soava a prece como uma oração... foi uma palavra só, perdida, dita de uma vez sem atropelos, nem pressas nem deglutida como palavra ouvida... era apenas uma palavra sentida... não tinha som, não tinha letras... era apenas razão!..."

sexta-feira, 17 de junho de 2005

sob


...a sombra dos coqueiros para afastar este calor...

quinta-feira, 16 de junho de 2005

fica

"...queres partir, é?... não vás ainda... espera aí... ouve-me um pouco: A solidão é um estado de espírito e não um estado físico... nunca estamos sós: temo-nos a nós mesmos como companhia... nada mais fácil do que falarmos com o nosso próprio eu... experimenta apenas um pouco... verás o resultado... depois, o mundo não está no exterior... o mundo somos nós mesmos, nós "criámos" o Universo que quisermos... estar só pode ser o meu Universo preferido desde que essa seja a minha escolha... sair dele... como acto final... deixando-nos cair no chão do silêncio... não, não é opção... de que te vai servir se não saberás o porquê?... é preciso escolher a vida para passarmos a vida a fazer perguntas e esperar pelas respostas; não querendo esperar pelas respostas, então, vamos à procura delas...as respostas estão em nós mesmos... achas que sabes o que é a solidão?... achas?... estás convencido que estás só?... pensas que sabes tudo já sobre a solidão?... estás muito enganado... estive, estou e estarei sempre só mas apenas quando quero; e até sabe bem... mas, quando não quero, escolho não estar só... e parto... parto à procura de respostas... acredita que há sempre uma resposta... há sempre uma porta... há sempre uma janela... há sempre um sítio dentro de nós para abrir e sair para fora da solidão que criámos... nasce... sai do útero onde ainda te encontras... faz o "parto" de ti mesmo e ao saíres da "vagina" que te contém na solidão, grita, esperneia, vive, abre os olhos e sente a vida a pulsar dentro de ti e dentro dos outros... nascer é bom... viver é melhor... morrer?... ainda não... um dia morreremos porque essa é a resposta final, a última, a derradeira... porquê a apressar?... Deixa-a para último lugar... agora... é aqui... é aqui que deves estar... fica, fica mais um pouco... vais ver que não custa..."

quarta-feira, 15 de junho de 2005

beleza


...se tudo no Universo fosse assim, o sorriso seria constante...

terça-feira, 14 de junho de 2005

conceito

"...Amar ou não amar?... Sim e não... Tudo depende do conceito que fazemos do que é "amar"... Se entendermos que o amor, o verdadeiro amor (e aqui poderemos perguntar o que é um verdadeiro amor que não será a mesma coisa que um amor verdadeiro...) é amar sem posse, ou seja, amar pelo acto de amar e não pelo acto de querer ou possuir ou ainda querer possuir, ou seja, "eu amo simplesmente porque quero amar e desta forma me sinto realizado e feliz", nunca perderemos nada porque nada temos, nada possuímos... amámos apenas... se sentir posse do alvo amado eu posso-o perder porque o julgava meu... no momento em que decido amar por amar eu deixo de possuir, deixo de ter o que quer que seja, e, mesmo que "perca" eu não perco... apenas continuarei a amar mesmo que o alvo do meu incondicional amor já não exista ou já não esteja presente... Que forma mais sublime de amor não será aquela em que apenas desejamos que o outro seja feliz, mesmo que não connosco?... Se a pessoa que amo se sente feliz longe de mim, que acto mais sublime de amor não será continuar a amar essa pessoa? Não será amor verdadeiro aquele que apenas ama?... Mesmo no conceito de que somos um todo (conceito que partilho) amar será apenas um acto egoísta na medida em que me estou a amar a mim mesmo face ao entendimento de que não somos partes... Daí que amar deverá ser um acto individual e único, ou seja, não o entender como um acto de partilha (estilo, eu te amo se tu também me amares...) mas sim um acto de dádiva... Eu me dou a alguém incondicionalmente, eu amo alguém independentemente de esse alguém me amar em reciprocidade... Gostar de alguém será apenas e unicamente obter algo desse alguém, ou seja, eu "retiro" algo desse alguém, logo gosto "disso"... Amar é "dar" algo a alguém sem esperar nada em troca... Por isso, nunca perderei se nada tiver..."

segunda-feira, 13 de junho de 2005

infinito



...homenagear 2 Homens (diferentes) que partiram hoje...
...um, que de palavras belas nos encheu como estas variadas cores...
...outro, que de integridade nos encheu o peito de vermelho puro...
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(images from www.galaxies)

domingo, 12 de junho de 2005

juntos

"...olho à minha volta e vejo um espaço todo branco (todo, é uma forma de expressão, claro...); paredes brancas, tecto branco... é um espaço (aquele a que chamo de meu canto...) com mais ou menos 7 por 4 metros; tem 4 secretárias brancas, sofás, cadeiras brancas, umas estantes e uns armários quase tudo branco, pastas de arquivo, telefones, livros, cds, papéis, um pc velho de 98 e este portátil onde escrevo e todo aquele material miúdo daquilo que, outrora, foi um escritório... quando teclo aqui e vos escrevo ou escrevo para minha pessoal satisfação, sinto-me rodeado de gente (para além dos já famosos pardais...) que sois todos vós, uns que conheço e portanto olho-vos na cara e outros que não conheço e imagino corpos e faces... por vezes, nos dias de sol o cão e o gato, ambos pretos, deambulam por estas bandas ainda que não goste que entrem aqui... mas no meio desta solidão há algo que me parece maravilhoso sentir... é a vossa presença!... como se isto não fosse este espaço que descrevi mas sim uma sala enorme onde estamos todos juntos a berrar uns com os outros, uns rindo-se, outros chorando, outros ainda brincando como crianças mimadas, outros fazendo disparates e escrevendo coisas feias nas paredes da sala, outros ainda chamando a atenção como educadoras de infância em colégios infantis... sinto tudo isso e de tudo me tento alhear enquanto escrevo... depois páro para ler o que escrevi e aí ouço os vossos comentários antecipadamente e penso, este vai responder assim, aquela vai responder assado, aqueloutro nada vai dizer, etc. etc.... esta sala branca está pejada de gente bonita... vós estais aqui comigo... obrigado!..."

sábado, 11 de junho de 2005

nascer


...quando não encontro palavras para legendar o indizível...

sexta-feira, 10 de junho de 2005

another day

"...olho para o exterior da minha vida e vejo o interior do nada que me cerca em pequenos pedaços de tudo... vejo frases subversivas tentando versejar nas letras que dançam à minha volta e não me permitem agrupá-las em grupos que façam sentido... encontram-se por todo o lado, à minha volta... olho para o dia que vai lá fora (porque dentro de mim, o dia não é o mesmo) e vejo o cinzento da luz dum arco-íris desbotado, esfarrapado, descolorido, desmantelado... vejo somente os sons que mudos me abanam o corpo num movimento quieto de sonolência, como se o sonho ainda aqui estivesse... mas não, o sonho já debandou, já partiu e apenas me deixou aqui, olhando o lugar que ele ocupou dentro de mim, a sonhar... foram estas as letras que eu consegui agrupar para fazer frases para aqui hoje colocar esta mensagem... tão lúcida de insatisfação, tão satisfeita de desnecessária, mas criada para todos por via do nada..."

quinta-feira, 9 de junho de 2005

paleta


...tal qual uma paleta de pintor com todas as cores...

quarta-feira, 8 de junho de 2005

ausentes

"...não, não estavas lá quando mais precisei de ti... estavas ausente mesmo com a tua presença... ansiavas a libertação e para ela abriste os braços como último lampejo de solidão acompanhada... sim, mas apenas encontraste o nada... não, não estavas lá quando mais precisei de ti e o momento em que mais precisei de ti foi aquele em que já não te senti, aquele em que vi que já lá não estavas... foi apenas aí que reparei em ti quando já não estavas presente para te tocar... e a culpa não foi da tua fuga nem da minha quietude, a culpa foi da nossa cruel atitude em nos vermos sem nos olharmos, em nos sentirmos sem nos tocarmos em amar sem nos amarmos... por isso, quando mais precisei de ti tu não estavas lá, mesmo olhando para mim acenando um adeus desenhado no fim..."

terça-feira, 7 de junho de 2005

figura


...precisaremos de um D. Nuno enquanto sonhamos com D. Sebastião?...

segunda-feira, 6 de junho de 2005

hardcore

"...hoje não te toco; hoje não te beijo nem te abraço. Hoje estou quieto à tua disposição; apenas corpo solto sem amarras nem vontade. Hoje não te toco; hoje só tu tens esse poder, o de me fazer ficar quieto inteiramente entregue à tua fantasia, à tua gula de prazer. O duche quente provocou em mim uma modorra e uma vontade enorme de nada fazer, nem de me mover; de corpo nu e ainda húmido, deitei-me na cama de barriga para baixo com os braços ao longo do corpo e com a cabeça olhando para a esquerda. Fiquei assim largos momentos até te sentir entrar no quarto. Pelo espelho da cómoda via-te de corpo inteiro olhando para mim; sorrias e com muita lentidão começaste a tirar a toalha de banho que te cingia o corpo. Ficaste nua nessa tua pele de cor acetinada linda que tanto me fascina. Não vias que te via. Aproximaste-te da cama e de joelhos te posicionaste junto do meu corpo. Não me movi. Nada dissemos. Passaste tua perna esquerda por cima de mim e te sentaste sobre as minhas nádegas de tal forma que senti o teu sexo junto do meu rabo. Já não te conseguia ver pelo espelho. Somente te sentia, quente e fresca com algumas gotas de água morna caindo sobre as minhas costas. Tuas mãos pousaram sobre os meus ombros e teu tronco se aproximou das minhas costas de forma a sentir o pousar lento dos teus seios. Senti teus mamilos endurecerem lentamente pelo contacto e fricção que começaste a fazer; ao mesmo tempo, a tua língua tocava ao de leve a minha orelha esquerda provocando-me um arrepio de prazer. Ficaste assim longos momentos, usufruindo apenas o contacto do meu corpo inerte. Depois, senti tuas mãos mexerem-se por baixo do meu peito e apertarem forte os meus mamilos; desceram lenta mas inexoravelmente para baixo de encontro ao meu sexo; encontraste-o inteiro e duro e o acariciaste da forma que quiseste. Teus seios continuavam a roçar as minhas costas e a tua pélvis insinuava-se cada vez com mais força nas minhas nádegas. Levantaste-te o suficiente para que me fizesses voltar de barriga para cima; olhei-te e adorei teu corpo altivo sobre mim; na mesma posição em que estiveras, subias agora para que o teu sexo se sentasse literalmente na minha boca; não me movia mas não consegui resistir e a minha língua moveu-se dentro dele em movimentos doces; senti-me apenas a respirar pelo nariz em respiração compassada mas aumentando de intensidade por virtude do prazer que me invadia. Ainda sentada dessa forma conseguiste num movimento gracioso inverter a posição de forma que fizeste uma inversão perfeita; estavas agora com a tua vagina na minha boca e com a tua boca brincando com o meu sexo. Conseguimos estar dessa forma o tempo suficiente para enlouquecermos. Naquele quarto nada mais se ouvia do que o arfar compassado das nossas respirações. Comecei a sentir o agridoce gosto do teu mar escorrer pela minha garganta. Já não estava a conseguir aguentar muito mais tempo e parece que adivinhaste esse momento; viraste de novo a posição de forma a ficares virada para mim e sentada sobre a minha púbis introduziste o meu sexo na tua vagina; senti a profundidade da mesma ser invadida vezes sem conta em movimento rítmicos. A intensidade aumentava segundo a segundo e num momento mágico sentimos que aquele seria o momento da fusão. Foi aí que deixaste cair teu peito sobre o meu peito e abraçados então num abraço louco de amor profundo, senti teus lábios quentes junto dos meus e teu sexo vibrar em palpitações ao mesmo tempo que o meu orgasmo te invadia as entranhas. Um som rouco proveniente das nossas respirações confundiu-se com os gemidos de prazer que deixaste então sair da tua alma; aquele momento não tem comparação com qualquer outro momento; é um momento único.
Hoje não te toco; hoje não me movo. Hoje sou apenas corpo, loucamente louco..."

domingo, 5 de junho de 2005

aúreo


...apenas porque esta cor de amarelo ouro fica bem sobre o azul...

sábado, 4 de junho de 2005

acordar

"...acordo e sinto o vazio ao meu lado... olho bem e vejo apenas um espaço por onde alongo os braços e as pernas... diviso um local que deveria estar preenchido para eu preencher e ser recebido... há apenas o olhar para as paredes que me cercam e a luz que entra pelas janelas do meu quarto... à noite, quando me deito, faço-o às escuras para não notar a falha mas já não o consigo evitar ao acordar... penso no tempo que passou para passar o tempo... penso no tempo que não passa para chegar outro tempo em que possa pensar que valeu a pena esperar tanto tempo... ser a folha num amar do vento... força tão estranha que acalento..."

sexta-feira, 3 de junho de 2005

love


...para tanta beleza, somente um título: "amor"!...

quinta-feira, 2 de junho de 2005

acontecer

"...nada acontece por mero acaso... o caos não existe (apesar de exitir ordem no caos)... há uma ordem, uma meta, o que lhe queiram chamar... tem de haver... não poderia ser de outra forma... não teria lógica ser de outra forma... não somos donos do que quer que seja, porque seríamos donos do nosso próprio caminho?... Ele é-nos ditado e nós, obedientes seres (átomos minúsculos de um Universo infinito e eterno - o que será ser infinito e eterno?...) criados ou incriados (porque raio de razão me devo eu preocupar com isso?...), nada mais fazemos do que seguir o instinto... aptidão total e absoluta do ser vivo: instinto de sobrevivência!... Vivemos para prosseguir o que já está em nós mesmos limitado: o tempo de viver!... O tempo de sermos... Então, permita-se que tudo o que acontece, aconteça!... Simplesmente, com vénia e aceitação... talvez, com amor e um pouco de paixão..."

quarta-feira, 1 de junho de 2005

fulgor


...na singeleza da cor que nos detritos nasce do cacto esta flor...

terça-feira, 31 de maio de 2005

Nuno

...Nuno, é o meu primogénito
...faz hoje 35 anos que me deu a alegria de passar ao estatuto de pai
...longa caminhada esta que nos levou por estradas tão diversas
...sendas percorridas com risos e lágrimas
...metas que não estão escolhidas mas que serão atingidas
...com esperança no peito e um sorriso na alma
...parabéns, meu filho
...um beijo grande

segunda-feira, 30 de maio de 2005

paradoxo

"...estou em guerra com a minha própria paz... luto por ela..."

domingo, 29 de maio de 2005

hoje

"...hoje só quero um abraço... um terno beijo... um dizer, estou aqui... um sorriso espelhado bem fundo na alma ou mesmo do fundo do coração (não será a mesma coisa?)... hoje só quero um olhar... a palma da mão na palma da mão... um simples tocar... um roçar do dedo na face, num tactear furtivo ou mesmo desajeitado... um movimento leve dos lábios pronunciando a frase que ousas ouvir... hoje só quero algo tão simples como o simples desejo de ter-te aqui..."

sábado, 28 de maio de 2005

tonalidade


...basta uma raio de sol sobre elas para em sangue se transformarem...

sexta-feira, 27 de maio de 2005

poetas

"...Há poetas que têm asas... e poesia em cada voo. Há poetas que nos enchem a casa... e que reencontramos em cada dor. Há poetas que são fogo e água e sol e terra... e de todos os elementos plasmam novo ser. Há poetas... que são simplesmente poetas. Há poetas... que ainda nem sabem que o são. Há poetas... imensos!... Eu conheci um dia um desses poetas... e sei hoje que um poeta nunca morre. Faz-se em vida mesmo na morte, solta asas e leva-nos no vento... protege-nos e faz-se ao caminho connosco. Peregrina em nós... que com ele peregrinamos... Bebemos o sorriso dos poetas... vemos pelos seus olhos, e por detrás desses olhos, uma alma brilha e ilumina cada recanto escuro da nossa própria alma. É em dias de negro e frio que mais precisamos dos poetas... são fonte, força e semente... Um poeta nunca mente... "chega a fingir que é dor a dor que deveras sente"... é nosso espelho e nosso sonho... é madrugada e fim de tarde... lua nova e lua cheia... São perenes todos os poetas... renascem e renascem... mesmo sem nunca morrer. Nada destrói nem a voz nem o sentir dos poetas... Podem ser usados, abusados, enegrecidos e deturpados... simplesmente são. Podem ser retalhados, citados e aviltados... Podem ser usados como arma de arremesso... Podem ser teorizados e complicados... Podem ser mitificados e cristalizados... Podem até servir de pasto em fogueiras inquisitoriais... Não são bíblia nem credo... e não se deixam rezar. Não são ameaça apocalíptica. Não são propriedade de ninguém. Não são espada nem guilhotina. Não cabem na pena nem no ódio de quem deles se apropria. São só poetas... são simplesmente imensos... não cabem em nenhuma semana nem se deixam aprisionar por nenhuma alma negra. São asas... não são anjos. E se agora sei, como tão bem sei, que as palavras nos podem fazem voar, que às vezes nos levam para lá do mar, em asas de vento, de dor e de amor... (mesmo sabendo que em palavras e por palavras se invocam os anjos...) sei também, como sabemos todos, que não há palavras que cheguem para fazer um anjo..."
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(from Bea at 24.01.01 in Sapo)

quinta-feira, 26 de maio de 2005

Random Art


...não resisti à estética do meu lobices em cores binárias...
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(from: www.random-art.org)

quarta-feira, 25 de maio de 2005

irrealidade real

"...o dia passa envolto em realidades; as coisas cercam-me e absorvem-me ou eu mesmo as absorvo; tomo-as como minhas ou elas mesmo me tomam como delas... surgimos frente a frente e iludimo-nos mutuamente; porque eu sou apenas mais uma das muitas realidades que a realidade me presenteia... não existem personagens, só coisas reais, protagonistas que vivem o ser algo num determinado momento... por isso, deixo passar o dia; pretendo que a noite chegue rápida e segura... a única oportunidade de poder criar as minhas personagens; a única vez em que o real deixa de existir e o sonho comanda o que sou e quem sou... o sono não demora a chegar e com ele a minha paixão se satisfaz: criar!... Então, todo eu deixo de ser o que sou e como sou e passo a ser o que não sou... as minhas personagens vivem outras vidas e no sonho me realizo porque a realidade do real não mo permite... deixo-me absorver na totalidade por todas as personagens que consigo criar e deixo de ser tudo o que sou; passo a ser o que não sou, talvez quem sabe o que sempre desejaria poder ser... bendito sono que me torna, na verdade, o que desejo ser... mesmo que isso seja apenas o pedaço de um sonho!..."

terça-feira, 24 de maio de 2005

velvet


...veludo verde com um tom de azul a formar um sorriso...

segunda-feira, 23 de maio de 2005

claro que há

"...Procuro todas as razões possíveis e imaginárias para que, pelo menos uma, justifique o que acontece. Não encontro. Desesperadamente procuro uma razão até que chego à conclusão de que não é preciso razão. As coisas acontecem pelo simples facto de que têm de acontecer. Busca-se uma vida inteira pela razão que justifique determinado acto e ficámos apáticos quando não a vemos. Mas será que é preciso uma razão? Mas então, se não houver razão para que algo determine um acontecimento, por que se verifica esse facto? Vivemos no caos? O caos não precede ou procede com uma ordem ainda que sem ordem mas com uma necessidade de motivar novo facto? Tenho lutado este tempo todo comigo mesmo no sentido de tentar perceber. Não consigo. E isso me dana. Me dana o facto de não ser capaz, o facto de não conseguir, o facto de assumir a nulidade de tudo o que acontece. Não encontrando razão para o motivo dum fim, que razão determina um princípio? E, por que razão dura um certo espaço-tempo? Ou não há razão para nada? Será que somos apenas marionetas? Será que nem nos afectos somos os gestores dos mesmos? Será que não há razão para amar?..."

domingo, 22 de maio de 2005

calatrava


...uma obra bonita mas agora com um outro significado...

sábado, 21 de maio de 2005

desejo

"...desespero na minha esperança de te ver doce e acre no meu ser... desespero na minha esperança de te ter bela e pura no meu coração... de luzes brilhando na minha escuridão, de perfumes banhada no meu mar, de anseios tantos que já não sei contar... como te espero tanto! Porque não vens? Porque não apareces na minha visão de luzes brilhando num manto de solidão. Porque não apareces na minha mente sedenta e nua do teu ventre como mãe surgida do nada do meu querer... porque não apareces na névoa quente do dia que passou ou do dia que virá? Porquê ? Desespero na minha esperança de te ver doce e acre no meu viver. Vem até mim Ninfa, Sereia... Todo eu, manto de plena areia, pronto a receber a alva espuma do teu espraiar... vem até mim Ninfa, Sereia de todo o meu mar!... Como te espero, como te quero... Vem..."

sexta-feira, 20 de maio de 2005

azul


...hoje apeteceu-me postar um azul sobre o meu azul para lembrar o nosso azul de ontem...

quinta-feira, 19 de maio de 2005

tudo

"...hoje não me apetece dizer-vos o que quer que seja... apetece-me apenas recordar o dia que passou rápido por mim... apetece-me recordar os momentos agradáveis... e somente isso, nada mais... nada mais vos dizer do que apenas o que acaba de ser dito, assim directo, simples mas tão cheio de tudo o que desejei..."

quarta-feira, 18 de maio de 2005

a caminho


...dos 90, a minha mãe ainda se movimenta, ainda quer viver mais...

terça-feira, 17 de maio de 2005

silêncio

"...O silêncio está em vias de extinção... Parece ser um mundo perdido, exilado, depurado da sua sensualidade.. Por isso ainda vai havendo gente (afortunada?) que se refugia no resto que ainda resta do silêncio, reconstrói uma casa abandonada num sítio onde uma"civilização", ainda incipiente... espreita. Um sítio ainda sem caos, sem o fulgor dos hipermercados, sem as notícias a correr. E transforma uma eira abandonada num jardim de rosmaninhos e flores de alfazema. Um sítio que pode ser aqui, nesta cidade, num recanto qualquer... Reconstruir o silêncio, num vaso à janela, num passeio á beira rio, numa história que se conta... no prazer duma noite reencontrada... Vamos dar força ao silêncio? Como se ele nos levasse ao encontro de nós? O silêncio... que nos permita sentir, sentir, pensar, meditar... O silêncio... que nos permita contemplar, com surpresa e júbilo... O silêncio... que nos faça sentir a presença de alguém... O silêncio... que nos transforme os gestos... O silencio que nos murmure... O silêncio... que nos permita falar sem falar... O silêncio... que nos dê a presença de alguém, algures ao longe... O silêncio... do nosso encantamento. Precisamos de nos encantar... Projectar em nós, por entre cinzas e lágrimas, a forma mágica de ousar sentir, de ousar ser, sem limites... sendo apenas nós, mesmo em tardes de sol quando se está triste e o limite parece aquém do horizonte. Precisamos de sermos imaginados, com encantamento, por alguém... Alguém que nos aconchegue ao mundo, discretamente, e que entre o burburinho dos gestos vazios, nos escute... e seja o fulgor magnífico do nosso próprio silêncio... Alguém... Nós, tu. Somente alguém. Talvez apenas esse silêncio.
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(texto de autoria devidamente identificada)

segunda-feira, 16 de maio de 2005

colorida


...não sou vegetariano, mas gostei tanto da cor que me atirei a ela; à salada, claro...

domingo, 15 de maio de 2005

relaxando


...ouvindo o som do silêncio de mansas águas...
...neste Domingo, ao fundo, a Barra de Aveiro...

sábado, 14 de maio de 2005

o "Almirante"


...chamavam-lhe "O Almirante" pelo seu porte altivo, pela sua nobreza, pelo seu carácter, pela sua soberba figura de gigante; nos seus 2,10 m. de estatura; assim era o pai do meu pai; ainda me lembro dele e da sua voz grave; ainda me lembro da sua agonia no leito onde suspirou pela última vez; foi há mais de 55 anos; hoje lembrei-me dele apesar de todos os dias passar pela parede onde ele se encontra emoldurado nesta foto; diziam que ele era especial; diziam que o meu pai, já casado, ainda levou uma estalada dele; era apenas um simples funcionário alfandegário, no entanto, tratavam-no por "Almirante"!...

sexta-feira, 13 de maio de 2005

antítese

"...Porque te sentas de pernas cruzadas sobre a nudez do teu silêncio? Para te ouvires desejando não ouvir o que não és capaz de pensar? Porque te sentas de costas voltadas à treva se da treva vem a luz que te cega? Para não olhares, para não veres o que sempre desejaste ver? Porque me dizes que sim quando do teu peito sai um gritante não? Para não teres de balbuciar um talvez? Porque pensas que pensas o que não pensas? Para pensares no que eu penso que tu pensas? Não, o melhor é mesmo não pensares. Porque sentes que a vida te foge por entre os dedos se as tuas mãos estão presas e cheias de dúvidas? Porque desejas libertação se o que intimamente queres é estar quieto na bonomia do turbilhão? Porque calas o teu grito se do fundo da tua mansarda revelas a negrura da alma que te compõe o sentir? Porque não mentes se é tão doce mentir? Porque não calcas a doçura do mel? Porque não espezinhas a palavra calada? Porque não escreves o nada que temos para dizer? Que te disse eu que tu já não soubesses? Aprendeste algo mais para além daquilo que já não sabias? Que sabes tu da ignorância que te cerca se a certeza de saber é apenas uma incógnita que nos abala a consciência de nada sabermos, ou apenas de sabermos que nada sabemos? Para que viemos aqui? Para que é que estamos aqui? Para dizermos tudo quando apenas dizemos nada?..."

quinta-feira, 12 de maio de 2005

galáxia


...o que se pode "obter" a partir de um pedaço de vidro...

quarta-feira, 11 de maio de 2005

testemunho de amor e dor

...apenas porque conheço a autora deste texto; apenas porque conheço a sua dor; apenas porque sei quão grande mulher e mãe ela é; apenas em homenagem viva num grito de admiração, eu atrevo-me a copiar para esta minha humilde casa, o seu grito de amor/dor...
...um abraço enorme minha amiga e aceita este meu acto como oferta da paz que precisas...
...perdoa-me por este abuso:
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"…vou falar de AMOR. Há muito que não o faço… Faz agora um ano. As saudades do cheiro e de te ouvir aumentam. Continuo a acordar de noite e pensar que ainda te posso olhar nos olhos e dizer que te amo e saber que acalmas até para poderes respirar melhor. Reconheceres a minha voz, o meu cheiro, o meu toque e acabares por adormecer no meu colo. Continuo a sonhar…Acordar na realidade no meio disto dói e fico vazia, tu não estás cá, não estás mais cá. Há quem escreva uma música “Tears in Heaven” de Eric Clapton, há quem escreva um livro “Paula” de Isabelle Allende, eu grito por dentro, eu choro para mim, por ti, pelo meu egoísmo, porque sei que estás em paz, que finalmente dormes um sono verdadeiramente descansado. Todos me dizem: “Vai lá, vai vê-lo…” VER o quê? Pergunto!!! Uma pedra em que gravaram parvoíces, hipocrisias! Não consigo… Tu estás ali, mas não estás, não és tu! Fico zangada quando vou, zangada por ler, zangada porque até isso me conseguiram roubar, tiraram-me a última palavra. Bem sei que tu estás sempre comigo, continuas a ser a minha dor, apesar de saber que não haverias de gostar de me ver triste todos os dias. A tua irmã continua a ser o meu Sol, mas é por ti que continua a doer-me o coração, é em ti que penso desde o nascer do sol até ao pôr-do-sol. Desculpa, não consigo deixar-te ir, marcaste bem a tua passagem. Nasceste no dia de anos de teu pai e eu enterrei-te no dia dos meus… Só isto diz tudo… Este ano dei-te os parabéns, comprei-te uma prenda que nunca vais desembrulhar. Hoje deixo-te estas palavras aqui, porquê? Porque no sítio onde estás não é onde deverias de estar, porque fecho os olhos e vejo-te a seres levado para longe, estás frio e sempre quente dentro de mim. É contraditório eu sei. Deixo-te estas palavras aqui porque não vou escrever um livro, nem compor uma música. Porque quis gritar bem alto a minha dor, porque eu amo-te muito meu filho!..."
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(from: wingsofdesire in A&C Fóruns do Sapo)

terça-feira, 10 de maio de 2005